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A Vida em Nosso Mosteiro

“Perseveravam eles na doutrina dos Apóstolos, na comunhão,
na fração do pão e nas orações" (At 2, 42).  

 

A Comunidade

No mosteiro somos uma comunidade de cerca de trinta monges que vivem de acordo com a Regra de São Bento. Compartilhamos o mesmo ideal, e todos são convidados a colocar suas qualidades e seus dons a serviço dos outros para construir uma comunidade segundo o Evangelho.

Foi Deus quem nos chamou para o mosteiro: não escolhemos nossos irmãos, mas escolhemos amá-los, apesar das diferenças de caráter ou ponto de vista. Cremos que Cristo está presente em cada um dos nossos irmãos e que o amor de Deus e o amor ao próximo são inseparáveis.

 

Vida Fraterna

A atmosfera de silêncio que reina no mosteiro promove a recordação e aprofunda nosso relacionamento com Deus. No entanto, a fim de promover a vida fraterna e proporcionar a todos um relaxamento adequado, também aproveitamos alguns momentos de lazer e conversas comuns.

O Abade

O abade é o Cristo em nosso meio e, por seu exemplo e ensino, ele nos ajuda e nos encoraja a perseverar no caminho que escolhemos. Deve adaptar-se ao caráter e às disposições de cada um. O abade é eleito pela comunidade.
 

A Serviço dos Irmãos

Para decisões importantes, o abade convoca todos os monges e pede a opinião de todos, porque muitas vezes, observa São Bento, “o Senhor revela ao mais jovem o que é melhor fazer” (RB 3, 3).

O abade sabe como se adaptar ao caráter e às disposições de cada um. Ele lida com assuntos menores com membros do conselho, alguns dos quais são eleitos pela comunidade. À noite, antes de completas, nos reunimos na sala capitular para ouvir a Santa Regra e alguma conferência do Abade.

Vida Cotidiana

Nossa vida diária não é tão misteriosa quanto se pode pensar. Ela é especialmente regulada e muito precisa. Nossos dias estão divididos entre oração, leitura, descanso, trabalho manual e intelectual.

Oração Comum

O sino nos chama em intervalos regulares para celebrarmos juntos a Liturgia das Horas, também chamada de Ofício Divino. É lá que a comunidade é construída e pode ser transformada pela mensagem das Escrituras. Em união com a Igreja, louvamos a Deus e intercedemos pelas necessidades de nossos irmãos e irmãs.

Esses momentos de oração comum pontuam nosso dia: são compostos principalmente de salmos, mas também hinos, cânticos e leituras bíblicas.

Nossa oração comum culmina com a celebração diária da Missa. Ali nos tornamos um Corpo com Cristo tendo parte em Seu Corpo e Seu Sangue.

Todas as nossas celebrações são cantadas em gregoriano, que é considerada pela Igreja como a canção apropriada da liturgia. Sua música despojada promove a oração e a escuta do texto litúrgico.

Oração pessoal

A oração pessoal está intimamente relacionada com o Ofício Divino, seja para prepará-lo ou para prolongá-lo. Assim, reservamos momentos durante o dia para que esta oração íntima com Deus seja renovada. Na realidade, não podemos dizer que rezamos em determinados momentos e que deixamos de orar para trabalharmos, porque é através de todas as nossas atividades que nos aplicamos para viver sob o olhar de Deus em oração contínua.

“Orai sem cessar” (1Ts 5, 17).

Lectio Divina

Essa expressão  latina  é  traduzida  literal-
mente como “leitura divina”. É a leitura da Palavra de Deus pela qual ouvimos o Espírito de Deus que ilumina o texto. Esta leitura orante da Bíblia tem sido tradicional na Igreja desde os primeiros séculos, especialmente nos mosteiros. Pode também se estender a outros textos, como os escritos dos Padres da Igreja ou os comentários espirituais de vários autores.

“Fala, Senhor, teu servo escuta” (1Sm 3, 9).

A Utilidade do Nosso Trabalho

O trabalho é necessário para a vida. Permite-nos manter um equilíbrio de mente e corpo e nos associa ao trabalho do Criador. São Bento nos pede para fazermos o trabalho que nos foi designado, com humildade e em obediência à presença de Deus, e recomenda ao abade que garanta que ninguém esteja sobrecarregado.

O trabalho é para nós uma maneira de garantir nosso sustento e ajudar os menos favorecidos. Além do nosso artesanato e atividades lucrativas, há trabalhos que são essenciais para o bom funcionamento do mosteiro: celeiraria, cozinha, lavanderia, biblioteca, enfermaria, sacristia, etc.

São Bento nos convida a cuidar de tudo e a tratar tudo o que o mosteiro possui “como vasos sagrados do altar” (RB 31, 10).

 

“Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor” (Cl 3, 23).